Impactos da ausência de uma Estratégia Nacional de Segurança na governança dos setores de segurança e defesa no Brasil: considerações iniciais

Autores

Palavras-chave:

Política de Segurança Nacional, Estratégia de Segurança Nacional, segurança nacional, políticas públicas, govenança

Resumo

Para este paper, o conceito de segurança é trabalhado justaposto ao adjetivo “nacional”. Definida pela Política Nacional de Defesa/Estratégia Nacional de Defesa (2024b, p.79) como: “a condição que permite a preservação da soberania e da integridade territorial, a realização dos interesses nacionais, a despeito de pressões e ameaças de qualquer natureza, e a garantia aos cidadãos do exercício dos direitos e deveres constitucionais”, a segurança nacional tem sido, historicamente, um conceito controverso em nossa sociedade, por ter sido desvirtuado pelos governos militares no período de 1964-1985. Tal fenômeno tem impactado a elaboração de políticas públicas de segurança e defesa no Brasil até os dias atuais, a despeito da conjuntura de insegurança global impor a necessidade de uma grande estratégia que contemple os interesses estratégicos, mitigue as vulnerabilidades e potencialize as capacidades nacionais. Mesmo após a revogação da Lei de Segurança Nacional (2021), o termo segurança nacional permanece como proscrito no debate político brasileiro, o que tem obstaculizado uma discussão racional sobre a necessidade de o Brasil possuir uma política ou uma estratégia de segurança nacional, notadamente em um ambiente político polarizado. Tal situação traz consequências em termos da formulação de políticas públicas de segurança e defesa e sua governança. O presente paper pretende tratar dessas questões cada vez mais relevantes em face da emergência das ameaças complexas de diferentes naturezas, as quais não admitem improvisações quando as mesmas se configuram como reais.

Biografia do Autor

Thiago Abreu de Figueiredo , Escola Superior de Defesa

Possui graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1995), especialização em Gestão Empresarial pela COPPEAD/UFRJ (2011) e Mestrado em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval (2011). É oficial da Marinha no posto de Capitão-de-Fragata com cursos de Estado-Maior no Brasil pela Escola de Guerra Naval e no exterior pela Academia de Guerra Naval do Equador (AGUENA). Possui experiência em Coordenação Interagências tendo participado da concepção, além de haver ministrado o Programa de Capacitação em Planejamento Interagências para a Secretaria da Receita Federal. Atualmente é Diretor do Curso de Coordenação e Planejamento Interagências na Escola Superior de Defesa (ESD), Brasília-DF e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Segurança. Desenvolvimento e Defesa da ESD

Cintiene Sandes Monfredo Mendes, Escola Superior de Defesa

As a faculty member of the Brazilian War College (ESG) since 2018 and faculty member of the Brazilian Defense College (ESD) since 2021 . Assistant Professor at the Brazilian War College and Brazilian Defense College. Coordinator of the Higher Strategic Intelligence Course (ESD) and Coordinator of the Interagency Coordination and Planning Course. PhD for the Graduate Program in Comparative History (UFRJ). Master in Comparative History - UFRJ / 2011 and graduated in History from the Federal University of Rio de Janeiro (2008). She was a substitute professor at the Federal University of Rio de Janeiro of the International Strategic Defense and Management Course. She is a researcher at the Laboratory of Simulations and Scenarios in Brazilian Naval War College (EGN / MB). She is a research at the InterAgency Institute (https://interagency.institute). He has experience in History, International Relations and Defense, working mainly in the following subjects: Regional Integration, Mercosur, Mechanisms for Dispute Resolution, Cooperation and Defense in South America, Simulation and Decision Making Process, Interagency Cooperation, Defense Governance.

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Publicado

2024-09-30